terça-feira, 29 de maio de 2012

Espelho

      Por um instante, o desfoque impossibilita o reconhecimento do que se percebe. O altruista vê-se dentro de um espelho: tudo, exceto a cópia. Vê-se egoísta, com raiva, impreciso. O espelho o reflete - nem tão simples, que o reflexo é impossível como réplica. Não se pode ser. Há um espelho, o homem e o reflexo, e nunca se poderá contabilizar menos que três, que seria errar, ignorar-se ou omitir a verdade daquele que habita o espelho.       
      O espelho repete, sim, contudo nem só contrário, como ainda a inovação, o inverossímil.
      Aqui, a direita, lá, a esquerda. Isso bastaria ao perceber humano que se abstivesse de notar o inconcluso estado das certezas, razão e provas. À mínima curiosidade deu-se a luz de supor que aqui se busca e lá se responde, como um experimento: aqui, a tese, o cerne experimental, a dúvida, equanto lá,  a comprovação, o confronto, o fruto, que por alguma confortância não só observamos como os tomamos verdade original.
      Quando há paz aqui, lá há guera, que imediatamente replicamos deste lado crédulos de consquista que será apenas desgraça. Percebem?
      Ainda o caos, como entidade regente do mundo, impalpável desordem de acontecimentos, obsevando-se em um espelho, cairia abismado, perplexo ou incrédulo da própria existência ao perceber-se sendo capturado em cada desordenamento e como dança coreografada reproduzido identicamente a sua frente.