É no papel que melhor enxergo o que há por dentro e o que há por perto do meu coração. Se há algum perigo, escrevo aflito, quando há coragem, um pouco de verdade, salvem a inspiração. Hoje, especialmente, escrevo a perguntar: - Meu corpo, tem em mente vontade de voltar a amar? A resposta é demorada, perco tempo e é quase nada. O silêncio prevalece e me revela o meu sofrer, como se eu já não soubesse que, apesar de tanta prece, meu destino é sofrer.
Ao papel é a quem venho, pois aprendi é a prosa a contradição desse mundo e poema o que brota para um coração sortudo. Ó! poema, tranquilo esboçar dos versos cadentes, puro amor e expressão, renitente é a prosa, pois não morre não, percorre o tempo até que escorre pelos fios dos cabelos da razão. Não quero a prosa pra viver, o poema é quem me hidrata, queria era poder esclarecer a falta de quem é que me mata da vontade de escrever. A cada ponto final que me nasce, sinto como se a inspiração se enforcasse e morresse da falta do ar que respiro, mas, perdido, o mesmo ar que suspiro foge como se sentisse a mesma falta de ar que eu sinto
As linhas me imploram que eu as complete e justifique com clareza as incertezas do existir mas de todo lado me chegam motivos pra que eu não as disserte ou metrifique coisa nenhuma porvir. Por merecer, por cuidar, por poder enxergar que nem rima nem verso me encantam mais que o pensar dos poetas dos
poemas, dos muros, dos palcos
engrenagens pequenas no escuro dos fatos, luzes discretas que ofuscam a quem se lhe abram os olhos
e os papéis, ou páginas concretas. Ao lirismo dediquei a vida
a entender que a prosa é a morte
de tudo que achei que sabia
domingo, 18 de novembro de 2012
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Morrer de sonetos
Hoje sempre que me assassinam choro
como da primeira vez que morri
minha morte é doença da qual não melhoro
e mal já recordo os dias que sobrevivi
As encostas de meu corpo desmoronam
e a cada morte antecipo o arremate
à resfolga a vida me desapontam
o mártir e o próprio me xeque-mate
Mas os homens que me matam são quem amo
usam armas, usam lanças e as palavras violentas
quando se não ferem, mais a mim me aprisionam
E quando preso há alguém que sempre chamo
as lágrimas, aos prantos em calma desalenta
pois a morte e seu morrer já me contentam
como da primeira vez que morri
minha morte é doença da qual não melhoro
e mal já recordo os dias que sobrevivi
As encostas de meu corpo desmoronam
e a cada morte antecipo o arremate
à resfolga a vida me desapontam
o mártir e o próprio me xeque-mate
Mas os homens que me matam são quem amo
usam armas, usam lanças e as palavras violentas
quando se não ferem, mais a mim me aprisionam
E quando preso há alguém que sempre chamo
as lágrimas, aos prantos em calma desalenta
pois a morte e seu morrer já me contentam
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