domingo, 28 de abril de 2013

O galo que tentou mudar seu turno, para que não cantasse mais pela manhã

Tal galo espinafrante de um frondoso cacarejo espanta
o arredio de manhã que nasce, quando foge ao galinheiro e, quieto,
lá também não canta, assim sempre silencia o seu passar do tempo.
E o porco dorme à lama sem despertar, pois o escuro céu se agiganta
triunfante, ainda é tão gritante a luz do sol que se arrebenta
muitas horas do dia passam, o sol retorna ao fim da curva e num momento
temo nunca mais reacordar. Misterioso é o som de galo que não ouço mais.
De repente, ao raso voo de espanadas, asas violentas se acomodam
no mais claro posto da estalagem, do alto é o galo e teu encanto indiscreto
cacarejo acomodado na garganta,  há muito na espera de tornar
eis lá ele inflado, eis lá do alto meu bom galo a concentrar, é três é dois
bem quando, é geral o esbravejo, fecham-lhe o cerco talvez dúzias de animais
- é noite, galo, aqui não cantarás, parte já dai para bem longe, que não morres mais!