terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Da sobremesa, a raspa da lata

Pude ver no decorrer dos planos que o melhor plano não há
e ver também, em cada um, a realização
Posso ver que dos sonhos nascem frustrações ao seu fim
porém o seu durante é o que não se encontra em nenhum lugar

Se de cada plano seguiu-se uma viagem, viagem todas foram boas
e melhores foram quanto mais duraram - pois não há forma outra de calcular

Valor dos sonhos. Qual maior? engana-se quem calcula
sonho é tudo; e sonhe tudo
Se achar, que da vontade de comer, o melhor for a comida
perderá o encanto que o aroma roubado da panela lhe dá
Posso assim ver então os caminhos da vida, caminhos apenas; não há partida
são como vontades de comer; coma-os e não mais os terá

Pode deduzir uma viagem se houver destino

Pude deduzir que meu destino era a viagem
e nela me encontro agora; na viagem da minha vida
Há quem acorde no meio da noite de um sonho perfeito
acordo de cada sonho com uma noite perfeita a me olhar

Poderá amar e esperar ser amado; ou como eu: amar e esperar amar
assim, amor é emprestado - dado quando quer ser devolvido
Isso é mania do destino, sempre a nos entregar algum coração ao fim das contas
mania minha é entregar coração a quem me tem agora
Pude esperar de quem me deu a mão, que me desse logo a outra
mas antes do encontro dei os braços e as pernas, coração, alma e canela

Posso do tempo nada esperar, já que a ele ando nada devendo
pois se vier, logo e de repente, me levar... pelo mundo terei ficado
Faço parte do mundo porque sempre o quis pra mim; do mesmo jeito:
fará parte do futuro pois sempre o quis perto de ti
Poderá também, a qualquer momento, ver a viagem maior que a chegada
e se reconher que o caminho já é bonito por si só: será então só alegria!



Tas a ver a linha do horizonte?
A levitar, a evitar que o céu se desmonte