segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Urbanismo

Estou correndo velozmente até que me param
Uma mão acena do outro lado
A rua me nega passagem, mas sigo
Viro a esquina e já não há vaga
E quero comer, pedir depressa
Estaciono e faço parte do mar de gente
Que não é gentil, eles também comeram depressa
Dentro de prédios não se sabe para quem trabalhamos
As horas são passadas a força
Denovo pela rua, não existe horizonte na cidade
Compro remédios para o estômago
Pessoas nunca gostam de ler livros grossos
Dou moeda ao malabarista, uma grande
A moto do menino cai pela canaleta
Acelero em todas as vinte e quatro horas do dia
Calculo o tempo de viagem até lhe encontrar:
- Não, você não acenou para mim. Eu teria visto.