Socorro!
Que todos assim se iniciem, agora. é uma lei para que nos salvemos. Salvar a própria escrita do fantasma de quem a fez, e a todos salvar, que ainda não pediram ajuda. Socorro! outra vez. logo não poderei faze-lo, então que eu te ensine o caminho. Que pouco entendemos dos que querem dizer e que tanto supomos dos que calam. melhor seria calar, então. Pois não, não te desperto o que importa da minha poesia; o que te falta para ser melhor, tão pouco. Socorro! Para isso: um cão que chora, uma roupa perdida, um adeus sem resposta, um amanhecer. Isso importa mais, então, Socorro!Confie, tendo em si um perdão reservado a quem, desesperado, te confie também. Te salvarás, porque Socorro!, te salvarás porque confio. Poetas, garçons, engenheiros e crianças, se salvem ainda hoje, ou amanhã. mas se perdoem apesar de tudo. Quando não mais puderem escrever, por favor, que salvem. dificulta quando dependo de dizer Socorro!, então que digam ainda hoje o mesmo. Estendidas as mãos e maleáveis no ar, desenhando um contorno, pedindo perdão e é claro que o Socorro!
Pedaços de sim que mal querem dizer o que são. o sim se esconde. Enquanto o não, não. Socorro! a quem diga o mesmo de mim, porém, melhor ainda: Pardon, pela poesia mal escrita. Caberia a alguém o direito de nascer, corromper do velado sonho de salvar alguém?
Socorro! por enquanto eu não peço, eu socorro.